Quando em 1994 resolvi procurar informações sobre a cidadania Italiana não tinha noção de como a nossa história foi negada ou simplesmente deixada de lado. Pra se ter uma idéia até o sobrenome Lazzarotti tão valorizado foi modificada no Brasil e não sabíamos. Depois de 15 anos de buscas e pesquisas posso dizer que me conheço mais e me reconhece na história da minha familia e isso me deixa mais sereno e confiante no futuro. Por isso também resolvi escrever aqui um pouco desse percurso para deixar registrado parte dessa árdua mas gratificante tarefa de garipagem da nossa história.
Tudo começou quando no ano de 1994 prestes a me formar na Universidade Federal de Santa Catarina resolvi me dirigir até o Vice-Consulado Italiano em Florianópolis-SC. As informações que tinha da origem da família e também da própria Itália eram muito vagas. No Vice-Consulado fui orientado a me inscrever numa lista de espera para a retirada da cidadania Italiana enquanto tentava encontrar a certidão de nascimento do meu bisnono na Itália. Para isso escrevi cartas para todas as paróquias de Bassano, pois era a única referência presente nos documentos e passado oralmente para nós pelos membros mais antigos da família.
De todas as cartas enviadas não recebi nenhuma resposta mas continuei juntando mais documentos da família e fazendo pesquisas na internet e nenhuma pista nova aparecia. Nesse meio tempo, em 1998 me mudei para a cidade de Goiânia-Go, no centro do Brasil, e no ano de 2004 conheci um Italiano, Geancarlo Chimetto, no grupo de Tênis que fazia parte. Depois de muitas partidas e muita conversa me disse ser da região do Veneto e com a muita convicção afirmou que a minha família era daquela região e que poderia ter havido uma troca do “o” pelo “i” na hora do registo civil no Brasil, prática comum naquela época. Geancarlo me informou que na região de Valstagna tinha muitos Lazzarottos.
Expliquei toda a minha tentativa de encontrar a certidão de nascimento do meu bisnono na Itália e que não tinha tido sucesso. Então ele me pediu pra entregar os documentos a ele que na próxima viagem que faria a Itália pegaria a certidão do meu bisnono. Entregei os documentos mas sem muita esperança visto que já estava há mais de 10 anos pesquisando e não encontrava nada.
Depois de 2 meses recebo uma ligação da Itália, direto da cidade de Valstagna onde o Geancarlo me informava que estava com a certidão do meu Bisnono e que eu era Lazzarotto e não Lazzarotti. Fiquei muito emocionado, mas ao mesmo tempo, cauteloso e logo que ele desembarcou em Goiânia fui até a sua casa para pegar a certidão e ter certeza que era aquele mesmo o documento que tanto procurava. Conferi todos os dados, nome do pai, da mãe data de nascimento e tudo estava correto.
Agora estava com um documento muito importante que inclusive nos dizia que não éramos Lazzarotti e sim Lazzarotto, um golpe para a família que tanto prezava pelo sobrenome. Mas tratei logo de espalhar a noticia para toda a família.
Com esse documento principal em mão comecei então a entrar em contato com o Consulado Italiano para ver como poderia dar entrada com os documentos. Pesquisei na lista de espera e por incrível que pareça depois de 10 anos ainda não tinha sido chamado, sorte de um lado, pois já tinha mudado de endereço e se tivessem chamado anteriormente perderia a fila da espera, de outro lado, uma decepção para qualquer pessoa que queira solicitar a cidadania que é um direito e tem que esperar em média 10 anos na fila. Mais sorte ainda, foi, que depois de dois meses me chamaram para entregar todos os documentos para dar entrada na dupla cidadania. Por esses e outros acontecimento, estou aceitando uma afirmação de uma amiga que mora na Itália que não cansa de afirmar que sou um homem de muita sorte... que sou um Fortunato.
Entrei em contato com o meu pai que adora procurar parentes e documentos, por sinal ele já tinha feito isso pra muita gente de uma comunidade quando era professor do mobral no interior de Santa Catarina pois muitos dos seus alunos não tinham registro civil, de batismo nem de casamento e quando morriam nem de óbito. Pessoas que nunca existiram oficialmente para o estado Brasileiro e lembro que o pai dizia que tinha feito num mesmo dia o Registro de nascimento, casou o sujeito, pois era ministro, e logo em seguida teve que fazer o registro de óbito, pois o sujeito morreu. Mas voltando ao relato, dentro de uma semana estávamos com todos os documentos em mãos e passamos então para a tradução e para gerar a cidadania. Em toda a documentação tinha apenas uma inconsistência que foi na certidão de óbito do meu Nono Antonio Pio Lazzarotti o qual foi declarado filho de Pietro Lazzarotti brasileiro. Esse dado era justamente o que ligava o Brasil com a Itália que nos garantia a cidadania. Montamos um processo judicial para fazer a alteração e depois de 6 meses saiu o resultado.
No meio de todo esse processo muitas vezes pensei em desistir ou terceirizar visto que pessoas especializadas em dupla cidadania constantemente entravam em contato. Mas com a ajuda de pessoas desconhecidas e que registravam orientações e inclusive seus percursos para conseguir vencer a burocracia consegui no final de 2005 dar entrada com todos os documentos e pra minha alegria, todos corretos e que então facilitou a finalização do processo.
Depois de quase dois anos recebemos uma carta da Comune de Valstagna informando que meu pai, minha mãe meu irmão mais novo e minha irmão mais nova e eu já éramos todos cidadão Italianos.
A partir dessa pesquisa da origem da Familia Lazzarotti conseguimos nos conhecer um pouco mais e com os dados da cidade de origem e do verdadeiro sobrenome Lazzarotto o primo-irmão André Lazzarotti e o tio Aires Lazzarotti fizeram um belo resgate histórico de toda a família sistematizando em três livros parte dessa história. Uma história que poderá ser conhecida pelas demais gerações, e, principalmente foi conhecida e reconhecida pelos próprios membros atuais.
Tudo começou quando no ano de 1994 prestes a me formar na Universidade Federal de Santa Catarina resolvi me dirigir até o Vice-Consulado Italiano em Florianópolis-SC. As informações que tinha da origem da família e também da própria Itália eram muito vagas. No Vice-Consulado fui orientado a me inscrever numa lista de espera para a retirada da cidadania Italiana enquanto tentava encontrar a certidão de nascimento do meu bisnono na Itália. Para isso escrevi cartas para todas as paróquias de Bassano, pois era a única referência presente nos documentos e passado oralmente para nós pelos membros mais antigos da família.
De todas as cartas enviadas não recebi nenhuma resposta mas continuei juntando mais documentos da família e fazendo pesquisas na internet e nenhuma pista nova aparecia. Nesse meio tempo, em 1998 me mudei para a cidade de Goiânia-Go, no centro do Brasil, e no ano de 2004 conheci um Italiano, Geancarlo Chimetto, no grupo de Tênis que fazia parte. Depois de muitas partidas e muita conversa me disse ser da região do Veneto e com a muita convicção afirmou que a minha família era daquela região e que poderia ter havido uma troca do “o” pelo “i” na hora do registo civil no Brasil, prática comum naquela época. Geancarlo me informou que na região de Valstagna tinha muitos Lazzarottos.
Expliquei toda a minha tentativa de encontrar a certidão de nascimento do meu bisnono na Itália e que não tinha tido sucesso. Então ele me pediu pra entregar os documentos a ele que na próxima viagem que faria a Itália pegaria a certidão do meu bisnono. Entregei os documentos mas sem muita esperança visto que já estava há mais de 10 anos pesquisando e não encontrava nada.
Depois de 2 meses recebo uma ligação da Itália, direto da cidade de Valstagna onde o Geancarlo me informava que estava com a certidão do meu Bisnono e que eu era Lazzarotto e não Lazzarotti. Fiquei muito emocionado, mas ao mesmo tempo, cauteloso e logo que ele desembarcou em Goiânia fui até a sua casa para pegar a certidão e ter certeza que era aquele mesmo o documento que tanto procurava. Conferi todos os dados, nome do pai, da mãe data de nascimento e tudo estava correto.
Agora estava com um documento muito importante que inclusive nos dizia que não éramos Lazzarotti e sim Lazzarotto, um golpe para a família que tanto prezava pelo sobrenome. Mas tratei logo de espalhar a noticia para toda a família.
Com esse documento principal em mão comecei então a entrar em contato com o Consulado Italiano para ver como poderia dar entrada com os documentos. Pesquisei na lista de espera e por incrível que pareça depois de 10 anos ainda não tinha sido chamado, sorte de um lado, pois já tinha mudado de endereço e se tivessem chamado anteriormente perderia a fila da espera, de outro lado, uma decepção para qualquer pessoa que queira solicitar a cidadania que é um direito e tem que esperar em média 10 anos na fila. Mais sorte ainda, foi, que depois de dois meses me chamaram para entregar todos os documentos para dar entrada na dupla cidadania. Por esses e outros acontecimento, estou aceitando uma afirmação de uma amiga que mora na Itália que não cansa de afirmar que sou um homem de muita sorte... que sou um Fortunato.
Entrei em contato com o meu pai que adora procurar parentes e documentos, por sinal ele já tinha feito isso pra muita gente de uma comunidade quando era professor do mobral no interior de Santa Catarina pois muitos dos seus alunos não tinham registro civil, de batismo nem de casamento e quando morriam nem de óbito. Pessoas que nunca existiram oficialmente para o estado Brasileiro e lembro que o pai dizia que tinha feito num mesmo dia o Registro de nascimento, casou o sujeito, pois era ministro, e logo em seguida teve que fazer o registro de óbito, pois o sujeito morreu. Mas voltando ao relato, dentro de uma semana estávamos com todos os documentos em mãos e passamos então para a tradução e para gerar a cidadania. Em toda a documentação tinha apenas uma inconsistência que foi na certidão de óbito do meu Nono Antonio Pio Lazzarotti o qual foi declarado filho de Pietro Lazzarotti brasileiro. Esse dado era justamente o que ligava o Brasil com a Itália que nos garantia a cidadania. Montamos um processo judicial para fazer a alteração e depois de 6 meses saiu o resultado.
No meio de todo esse processo muitas vezes pensei em desistir ou terceirizar visto que pessoas especializadas em dupla cidadania constantemente entravam em contato. Mas com a ajuda de pessoas desconhecidas e que registravam orientações e inclusive seus percursos para conseguir vencer a burocracia consegui no final de 2005 dar entrada com todos os documentos e pra minha alegria, todos corretos e que então facilitou a finalização do processo.
Depois de quase dois anos recebemos uma carta da Comune de Valstagna informando que meu pai, minha mãe meu irmão mais novo e minha irmão mais nova e eu já éramos todos cidadão Italianos.
Comunicado de deferimento da cidadania italiana |
A partir dessa pesquisa da origem da Familia Lazzarotti conseguimos nos conhecer um pouco mais e com os dados da cidade de origem e do verdadeiro sobrenome Lazzarotto o primo-irmão André Lazzarotti e o tio Aires Lazzarotti fizeram um belo resgate histórico de toda a família sistematizando em três livros parte dessa história. Uma história que poderá ser conhecida pelas demais gerações, e, principalmente foi conhecida e reconhecida pelos próprios membros atuais.
Ola, tudo bem?
ResponderExcluirVenho tentado buscar a minha sonhada cidadania italiana através do sobrenome da minha mãe, Lazzarotto.
É lhe pedir demais compartilhar a sua arvore genealógica? Talvez se cruze com a minha!
Ola acho que somos parentes desntantes. A minha trisavo se chamava maria madalena lazarotto, filha de Pietro Lazarotto. Ela ansceu em Valstagna em 1836. Abracos.
ResponderExcluirBuongiorno, ho letto su internet la storia della ricerca delle sue origini nel paese di Valstagna. Mia nonna materna era di quelle parti, precisamente della frazione Costa. Mia mamma da giovane aveva una cara amica che si chiamava Vera Lazzarotto. Mia madre era del 1925, Vera forse 1 o 2 anni in più. Aveva anche una sorella di nome Elsa, che aveva sposato il guardiano della centrale elettrica di San Gaetano di Valstagna. Da piccola ho conosciuto sia Vera che Elsa. Andavamo spesso a trovare i parenti che abitavano in zona. Forse la madre di Elsa e Vera era cognata di vostro padre, oppure aveva no un legame di cugini. Mi ha fatto tanto piacere leggere della sua ricerca. Mi ha riportato ricordi d'infanzia.
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